07/07/2010

Cortisol

O Cortisol não é o vilão do demônio como é tratado. Se não fosse por ele aumentar quando aumentamos nossa necessidade energética, nosso sistema imune não iria resistir ao mínimo resfriado e morreríamos de gripe.
Sim, é isso mesmo que você ouviu: quanto mais você aumenta a sua demanda física, mais o seu cortisol aumenta para cumprir o papel de gerente energético do seu organismo, logo se você acha que quem treina mais ganha mais, eu vou lhe esclarecer: depende....
Primeiro, não adianta querer inibir o cortisol. A medicação que faz isso é tão tóxica e tem tantos efeitos colaterais que faria uma borboleta voltar a ser lagarta, logo, não é o caso.
O que precisamos aprender é conviver com a incomoda neoglicogenese que ele provoca. Essa etapa do metabolismo nada mais é do que a transformação de aminoácidos e triacilgliceróis em energia, ou no jargão, reação de desmonta-músculos.
O que precisamos é aprender a detectar e conviver com essa reação. Podemos fazer isso pelo exame de sangue analisando 2 ou 3 varáveis à luz da história clinica em ordem de sabermos se isso está acontecendo dessa forma (estamos perdendo de fato musculatura) e se estamos perdendo musculatura recém construída ou se estamos perdendo musculatura antiga, perdendo no equilíbrio do nitrogênio...
Comumente relacionamos cortisol com período de sono/descanso, mas não há apenas uma estratégia para lidarmos com este morador indesejado... uma das estratégias dos treinadores renomados é treinar 2:1 ou ainda 1:1, ou seja, dois dias de treino para um dia de descanso ou um dia de treino para um dia de descanso.
Entendeu porque tem gente que treina 2:1? Não é por preguiça, é por necesidade... e te garanto que se você chegou nesse nível, está treinando muito bem.
Meus parabéns! (a você e ao seu treinador)
Abraço e muita performance com muita saúde!
Fonte: Paulo Cavalcante Muzy - Médico, ortopedista e traumatologista, especialista em traumatologia esportiva e artroscopia, fisiologia, biomecânica e treinamento desportivo

05/07/2010

BCAA - Branch Chain Amino Acids

Os aminoácidos BCAA de cadeia ramificada são compostos pela Isoleucina, Leucina e Valina, e representam um terço das proteínas do tecido muscular. Essa representação é bastante significativa, pois essas proteínas são importantes para construção de músculos e o aumento de energia nas células musculares. Os aminoácidos BCAA de cadeia ramificada demostraram fornecer o suporte necessário para as atividades físicas voltadas para o ganho de tecido muscular, uma vez que aumentam a velocidade em que ocorre a síntese de proteínas, diminuem a taxa de degradação protéica e ajudam na recuperação pós-exercício. Os aminoácidos BCAA de cadeia ramificada também desempenham um papel importante no fornecimento de energia para praticantes de atividades físicas.
ISOLEUCINA
A Isoleucina é um aminoácido essencial. Ela tem um papel vital na síntese da proteína, no desenvolvimento da massa muscular e na prevenção da perda muscular. A vantagem da utilização da Isoleucina por atletas em treinamento intenso é que ela, assim como os outros aminoácidos, ajuda o organismo a se recuperar. Também é necessária para a formação da hemoglobina, responsável direta pelo transporte de ferro no sangue, pela regulação dos níveis de açúcar no sangue, que é convertido em energia nos músculos durante os exercícios e é utilizada como combustível pelas células musculares evitando assim que outros aminoácidos sejam consumidos (catabolismo).
LEUCINA
A Leucina é utilizada como fonte energética para os músculos. Ela tem papel vital no funcionamento do sistema imune e, assim como Isoleucina, ela também é usada como proteção, combustível e reparo muscular. Os atletas devem ingerir Leucina para potencializar ganho de massa muscular, já que 90% da Leucina ingerida na alimentação pode ser utilizada como fonte energética pelos músculos. Alem disso, ele previne a perda muscular (catabolismo) e participa da produção do hormônio do crecimento (GH) e ajuda na manutenção de níveis adequados de testosterona nos homens.
VALINA
O terceiro e último aminoácido BCAA mas não de menor importância é a Valina. A Valina possui uma função importante no desenvolvimento muscular, no funcionamento do sistema imunológico e no equilíbrio dos níveis naturais de agua e nitrogênio no organismo. Um balanço positivo de nitrogênio está associado ao ganho de massa muscular. Já um desequilíbrio neste balanço indica que você pode não estar consumindo proteína suficiente, o que resultará em uma possível perda de tecido muscular (catabolismo). Se não ingerirmos uma quantidade adequada de Valina, aumentamos nossa chance de um desequilíbrio desse sistema crítico.
Para concluir, o BCAA é importante para a síntese de proteína, construção de músculos, prevenção da perda muscular, recuperação físicae para fornecer energia aos músculos em atividade. Colocando de forma bem clara, sem o BCAA seus músculos não iram se recuperar e crescer de forma tão otimizada. Como seu corpo não é capaz de produzir o BCAA é necessário obtê-lo por meio da dieta ou da suplementação. Muitos estudo indicam que a suplementação com BCAA antes e após o exercício pode melhorar respostas fisiológicas e psicológicas durante o exercício, evitando a fadiga central e reduzindo sintomas comuns de overtraining como falta de aptetite, queda da performance, imunossupressão e depressão.